São Paulo prorroga fim da quarentena para 31 de maio
O governador de São Paulo, João Dória, prorrogou mais uma vez a quarentena no estado. A medida, que estava prevista para acabar no domingo, agora segue até o dia 31 de maio. A decisão foi tomada porque a epidemia do coronavírus ainda não está sob controle. Entre quinta e sexta-feira morreram mais 210 pessoas. Com isso, passou de 2,1 mil o número de óbitos em todo o estado. O número de casos chega a quase 42 mil.
Já a taxa de ocupação de leitos de UTI era de cerca de 90% na capital paulista e 70% no restante do estado nesta sexta-feira. Segundo Dimas Covas, coordenador interino do Centro de Contingência para o Coronavírus, o número de casos e a taxa de ocupação das UTIS são os indicadores que vão determinar o fim da quarentena.
Para ele, isso só vai ser possível se o índice de isolamento social ficar acima de 55%. Há cerca de três semanas esse índice tem ficado na faixa dos 47%. A previsão é de que, mesmo se conseguir alcançar o mínimo, São Paulo pode chegar a ter 11 mil mortes.
Por outro lado, a estimativa é de que até agora o isolamento social ajudou a evitar mais de 40 mil óbitos no estado. Desde que foi implantada a quarentena, no dia 24 de março, Dória vem sendo alvo de protestos de grupos que discordam da medida em função dos impactos econômicos que ela provocaria.
Dessa vez, para anunciar a prorrogação, ele levou um batalhão de economistas para o Palácio dos Bandeirantes para defender a decisão. O secretário da Fazenda e ex-ministro Henrique Meirelles foi um deles.
O governador não descartou a possibilidade de implantar o bloqueio total, o chamado lockdown, caso as taxas de isolamento não comecem a subir. Também foi apresentado um plano de retomada econômica junto a empresários e centrais sindicais para quando acabar a quarentena, e foi anunciada a criação do conselho municipalista com a presença de 16 prefeitos das principais regiões metropolitanas para tentar integrar as ações de controle da epidemia.
O diretor do instituto Butantan, Dimas Covas, ouvido nessa reportagem, assumiu a coordenação do Centro de Contingência para o Coronavírus porque o infectologista David Uip pediu para ser afastado da função de problemas de saúde.
*Com informações da Rádio Nacional em São Paulo