Boeing cancela compra da Embraer
No último dia do prazo para a rescisão do contrato, a empresa multinacional norte-americana de desenvolvimento aeroespacial, Boeing cancelou o contrato de compra da fabricante brasileira de aeronaves, a Embraer. O acordo para a criação de uma nova empresa, anunciado em 2018, previa o pagamento de US$ 4,2 bilhões por parte da Boeing, para ter o controle de 80% da companhia brasileira.
Segundo a Boeing, o contrato de transações buscava estabelecer um novo patamar de parceria estratégica, mas a transnacional estadunidense alega que a brasileira Embraer “não atendeu as condições necessárias”. Em nota divulgada, a Boeing afirma que o objetivo era “resolver as pendências” das condições do contrato “até a data de rescisão inicial”, o que não aconteceu, na avaliação da gigante norte-americana.
Após o acordo ser cancelado, a Embraer informou, em nota, que a Boeing “rescindiu indevidamente o acordo global da operação” e “fabricou falsas alegações, como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação” e não pagar o valor da compra, superior a US$ 4 bilhões. Ainda na nota, a fabricante brasileira acredita estar em “conformidade com suas obrigações previstas” no acordo e que “cumpriu todas as condições necessárias previstas até o fim do prazo para rescisão, nessa sexta-feira. Por fim, a Embraer informa que vai tomar “medidas cabíveis contra a Boeing, pelos danos sofridos como resultado do cancelamento”.
O acordo previa parcerias para aviação comercial e, também, novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade, chamada Millenium. Essa parceria, ainda de acordo com a Boeing, foi aprovada por todas as atividades regulatórias, exceto a Comissão Europeia. Agora, apesar da rescisão contratual, a Boeing informou que vai manter o contrato vigente com a Embraer, em relação à comercialização e manutenção da aeronave Millenium, assinado em 2012 e ampliado em 2016.
*Com informações da Rádio Nacional em Brasilia
*Foto: Agência Brasil