outubro 15, 2024

ONU pede investigação pelas 25 mortes na favela do Jacarezinho


A Organização das Nações Unidas quer uma investigação independente sobre as mortes ocorridas durante a operação policial na comunidade do Jacarezinho, nesta quinta-feira, que deixou 25 pessoas mortas, sendo um policial.

O porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, Ruppert Colville, declarou hoje em Genebra, na Suíça, que o Ministério Público deve seguir o protocolo internacional sobre a investigação das mortes. E que as autoridades devem garantir a segurança e a proteção das testemunhas, inclusive contra intimidações e retaliações.

Segundo o porta-voz, o resultado dessa operação reforça uma tendência antiga e desproporcional do uso da força policial nos bairros pobres e marginalizados. Acrescentou que os relatos são preocupantes e lamentou que a cena do crime não tenha sido preservada.

A Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro encaminha hoje ao Supremo Tribunal Federal um pedido de investigação para saber se a operação no Jacarezinho descumpriu a decisão do ministro Edson Fachin, restringindo as operações policiais em favelas durante a pandemia.

Após a repercussão da operação, Fachin já determinou que sua decisão seja apreciada no plenário do STF, o que deve ocorrer a partir do dia 21 deste mês. A Defensoria vai solicitar, ainda, a instauração de um observatório da sociedade civil de monitoramento das medidas cautelares determinadas. 

O Ministério Público do estado também apura as denúncias de abusos policiais durante a operação encaminhadas por moradores da comunidade ao plantão permanente do órgão. A seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil cobra uma investigação rigorosa da operação.

Coletivos, organizações não governamentais e a associação de moradores do Jacarezinho publicaram nas redes sociais uma nota de repúdio à chacina do Jacarezinho e fazem, no final desta tarde, um ato na quadra da escola de samba Unidos do Jacarezinho.

Fonte: Rádio Nacional RJ

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