Liberação de álcool líquido 70% preocupa por aumento na chance de acidentes
Desde de 2002 o álcool liquido 70% não era visto nas prateleiras brasileiras. O produto voltou a ser comercializado. Por causa da emergência de saúde pública mundial em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a procura por álcool em gel, liberado no país, praticamente esgotou o produto.
Para atender a demanda crescente – o produto tem poder de matar o coronavírus – a Anvisa autorizou a comercialização da versão líquida do álcool 70%. O produto pode ser vendido em embalagens de até 1 litro, pelos próximos seis meses.
O grande número de acidentes foi o motivo que, há oito anos, fez o produto deixar de ser comercializado para uso doméstico. Os riscos agora voltam a preocupar, como destaca o ministro da Saúde, Henrique Mandetta.
“Eu tenho muita preocupação da pessoa querer usar o álcool como fogareiro para cozinhar, deixar álcool na mão de criança para lavar as mãos, para passar no corpo. As pessoas fumando perto dessas garrafas. Por favor, não se utilize de álcool líquido se não for nas mãos de um adulto, guardado num local muito específico, e dê preferência para água e sabão”.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, o risco de explosões é potencializado com o uso e o armazenamento de álcool em ambiente doméstico. As queimaduras por fogo costumam ser as mais profundas e graves. Há ainda o perigo da inalação de fumaça e, por consequência, comprometimento das vias aéreas.
Para o ministro da Saúde, o resultado é um aumento também na demanda nos hospitais, que já podem estar sobrecarregados com os casos de Covid- 19. “A única coisa que eu não estou precisando nesse momento é de queimaduras, fumaça, porque é isso que mais se utiliza de hospital, CTI e ventilador”.
De acordo com a Secretaria de Saúde mineira, no último ano, a Unidade de Tratamento de Queimados, referência no estado, realizou mais de 2 mil atendimentos. Outro alerta das autoridades de saúde é o acidente doméstico que pode virar um incêndio de grandes proporções. Por causa da pandemia, com aulas suspensa e as pessoas mais em casa, cresce o risco. Por isso é preciso aumentar também a precaução, principalmente com as crianças.
*Com informações da Rádio Nacional em Brasilia/EBC