outubro 15, 2024

ONU faz apelo para angariar fundos para população da Ucrânia


Milhares de carros aguardam pela luz verde na ponte de aço sobre o rio Bug, na fronteira com a Polônia. É o sinal de passagem para dezenas de veículos com famílias que abandonaram a Ucrânia às pressas nos últimos dias por causa da agressão russa.

Olga, de 36 anos, deixou seu país na quinta-feira (24), assim que as primeiras bombas caíram. Ela contou a sua história à Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), revelando que a viagem, que geralmente dura sete horas, foi feita em três dias.

Olga não estava sozinha no carro. Saiu da Ucrânia acompanhada do filho de dois anos, da filha de oito anos e de uma vizinha com a sua filha. A ucraniana disse ao ACNUR que foram 12 horas apenas para sair da capital Kiev.

A viagem de carro de três dias até a Polônia com as crianças ainda teve outras dificuldades. A falta de acesso a banheiros ou a refeições. Por fim, conseguiram chegar, mas o marido dela ficou na Ucrânia. E ela diz não ter ideia de como será o futuro da família.

A história de Olga é apenas uma entre dezenas de milhares. Estimativas mais recentes do ACNUR apontam para mais de meio milhão de ucranianos que teriam cruzado as fronteiras em busca de segurança, sem contar o número de pessoas que agora estão deslocadas internamente na Ucrânia.

Para ajudar essas famílias, as Nações Unidas lançam nesta terça-feira (1º) dois apelos humanitários coordenados. Segundo o secretário-geral António Guterres, um dos apelos tem a meta de angariar fundos para ajudar a população que continua na Ucrânia, e o outro busca atender as necessidades dos que encontram refúgios em nações da região.

Guterres lembrou que a ONU já repassou 20 milhões de dólares do seu Fundo Central de Respostas a Emergências para a ampliação dos trabalhos humanitários. O secretário-geral está fazendo um apelo à comunidade internacional para mobilização de apoio e de financiamento, para que as agências humanitárias consigam tratar de todas as necessidades dos deslocados pela crise. Ele lembrou que o número de pessoas afetadas continuará subindo.

*Agência Brasil/EBC

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